Barco Moliceiro inscrito como Património Cultural Imaterial da Humanidade


O Barco Moliceiro, símbolo maior da Ria de Aveiro e expressão singular da carpintaria naval tradicional, passou a integrar a Lista do Património Cultural Imaterial que necessita de salvaguarda urgente da UNESCO. A decisão foi anunciada esta terça-feira, em Nova Deli, durante a 20.ª Sessão do Comité Intergovernamental.

A candidatura “Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região de Aveiro”, apresentada pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), mereceu aprovação após um processo que envolveu mestres carpinteiros, associações, investigadores e comunidades locais, num esforço conjunto para garantir a continuidade deste saber ancestral.

Este reconhecimento internacional sublinha a importância histórica, cultural e identitária do Barco Moliceiro e das técnicas de construção naval que lhe dão forma, hoje consideradas em risco de transmissão.

Jorge Henrique Almeida, presidente da Câmara Municipal de Águeda e presidente da CIRA, destacou o significado do momento:
“É um momento histórico para a Região de Aveiro e para Portugal. Representa o reconhecimento internacional de uma prática cultural profundamente enraizada na nossa paisagem e no nosso quotidiano. Este resultado reforça o compromisso de toda a região em garantir que este saber-fazer continua vivo e relevante para as gerações futuras.”

A distinção envolve diretamente os municípios que integram a CIRA — Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos — reforçando o papel conjunto destas autarquias na preservação da herança cultural da Ria de Aveiro.

Com a inscrição na lista da UNESCO, abre-se um novo ciclo de valorização e projeção internacional, sustentado por políticas reforçadas de salvaguarda e pela promoção ativa dos mestres e oficinas que mantêm viva esta arte única da carpintaria naval portuguesa.

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