Miguel Arruda, ex-deputado do Chega, vai afastar-se temporariamente dos trabalhos parlamentares após anunciar que entrará de baixa psicológica. A decisão surge na sequência das acusações de envolvimento no furto de bagagens nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, um caso que tem gerado grande polémica no panorama político nacional.
Em declarações à SIC, o deputado afirmou estar “rebentado psicologicamente” e que a sua família “está um caco” devido ao impacto do caso. Arruda confirmou que pretende regressar aos Açores, onde vive com a família, e indicou que ficará temporariamente indisponível, sem data prevista para retomar as funções. “Vou desligar o telefone. Não sei quando volto”, revelou.
O caso começou a ganhar visibilidade após a divulgação de imagens de videovigilância que alegadamente mostram Miguel Arruda a retirar malas das esteiras de bagagens nos aeroportos mencionados. Durante as investigações, buscas realizadas nas suas residências em Lisboa e nos Açores resultaram na apreensão de várias malas e objetos suspeitos. Apesar das acusações, Arruda nega envolvimento nos furtos e sugeriu que as imagens poderiam ter sido manipuladas.
Após ser constituído arguido, Miguel Arruda desvinculou-se do Chega, mantendo o mandato como deputado independente. André Ventura, líder do partido, apelou publicamente à sua renúncia, mas Arruda optou por continuar no Parlamento.
O caso tem provocado discussões sobre a conduta ética dos representantes políticos em Portugal e suscitado reações contundentes tanto na esfera política quanto na opinião pública. Enquanto isso, o ex-deputado prepara-se para se afastar das suas funções, alegando a necessidade de cuidar da sua saúde mental.
Este episódio representa mais um desafio ao Parlamento e ao escrutínio sobre a ética no exercício de cargos públicos, sendo acompanhado de perto pelos media e pela sociedade.